Etnoturismo no Brasil: Como a Sustentabilidade e a Preservação Cultural Estão Transformando o Turismo
O etnoturismo, uma vertente do turismo que envolve o contato direto com as culturas e tradições de povos originários, está ganhando popularidade global e se consolidando como uma ferramenta poderosa para a preservação cultural e o desenvolvimento socioeconômico.
De acordo com o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), a modalidade deverá movimentar US$ 67 bilhões até 2034, impulsionada pelo crescente interesse dos viajantes em experiências autênticas e sustentáveis.
No Brasil, o Ministério do Turismo (MTur) tem desempenhado um papel central nesse movimento, promovendo programas que incentivam o turismo de base comunitária.
Essas iniciativas não apenas protegem e disseminam os saberes ancestrais das comunidades indígenas e tradicionais, como também fomentam o desenvolvimento econômico local e a conservação ambiental.
O papel do turismo de base comunitária
Fabiana Oliveira, coordenadora-geral de Produtos e Experiências Turísticas do MTur, destaca a importância de valorizar as comunidades originárias do Brasil, como as indígenas e quilombolas.
Ela aponta que o turismo de base comunitária oferece uma forma de desenvolvimento sustentável que respeita a diversidade cultural e ambiental.
Além de criar oportunidades de geração de renda para as comunidades, essas práticas fortalecem a identidade local, promovendo uma relação harmoniosa entre visitantes e o meio ambiente.
Uma das grandes vantagens desse tipo de turismo é a forma como ele incentiva a preservação ambiental, combatendo práticas predatórias como o desmatamento.
Ao oferecer alternativas econômicas ligadas ao turismo sustentável, essas atividades ajudam a proteger territórios de importância ecológica e cultural, além de promover um modelo econômico que valoriza a biodiversidade e os modos de vida tradicionais.
Roteiros autênticos e imersivos
Os roteiros etnoturísticos são conduzidos pelos próprios membros das comunidades, garantindo que os visitantes tenham uma experiência autêntica e respeitosa. Entre as atividades oferecidas estão o artesanato, a culinária típica, rituais culturais e visitas a locais de relevância histórica e ecológica.
Essas experiências permitem que os turistas conheçam de perto o cotidiano e as tradições das comunidades, promovendo uma imersão profunda nos saberes milenares.
Um exemplo desse tipo de iniciativa é o programa “Experiências do Brasil Original”, criado pelo Ministério do Turismo. O projeto orienta a oferta de produtos e serviços turísticos por povos indígenas e quilombolas, certificando que as atividades sejam conduzidas de forma sustentável e responsável.
O objetivo é proporcionar aos visitantes uma vivência genuína, ao mesmo tempo em que se valoriza e preserva a herança cultural desses povos.
Benefícios para as comunidades e o meio ambiente
Ao estimular o turismo de base comunitária, o Brasil se posiciona não apenas como um destino de belezas naturais, mas também como um exemplo de preservação cultural e ambiental.
A colaboração entre o Ministério do Turismo e as comunidades originárias é um passo crucial na criação de uma economia sustentável, capaz de valorizar riquezas imateriais e naturais.
Essas iniciativas também contribuem significativamente para a geração de renda nas comunidades. Ao preservar seus saberes e tradições, os povos indígenas e quilombolas conseguem garantir que sua herança cultural permaneça viva e seja protegida para as gerações futuras.
Além disso, o turismo sustentável reforça o papel dessas comunidades como guardiãs da biodiversidade e do equilíbrio ambiental, promovendo práticas que reduzem o impacto negativo no meio ambiente.
Mapeamento do etnoturismo no Brasil
Em uma ação inovadora, o Ministério do Turismo lançou em 2024 o projeto “Brasil Turismo Responsável”, que tem como objetivo mapear as comunidades indígenas envolvidas no turismo no Brasil.
A iniciativa, desenvolvida em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), visa identificar as comunidades que promovem o turismo de base comunitária, além de catalogar e promover boas práticas.
O projeto conta com um formulário eletrônico que pode ser preenchido até o final de outubro de 2024 por comunidades e organizações ligadas ao segmento.
Com isso, o MTur espera ampliar o Mapa Brasileiro do Turismo Responsável, oferecendo um diagnóstico mais preciso das necessidades dessas comunidades e promovendo seus produtos turísticos de maneira inclusiva e sustentável.
O futuro do etnoturismo
O etnoturismo é uma tendência global que continuará a crescer nos próximos anos, com potencial para transformar o turismo em uma força de preservação cultural e ambiental.
Ao promover a interação autêntica e respeitosa com os povos originários, essa modalidade turística oferece aos viajantes uma oportunidade única de conhecer e valorizar culturas milenares.
Ao mesmo tempo, proporciona às comunidades locais uma fonte de renda sustentável, ajudando-as a proteger suas tradições e o meio ambiente.
Com o apoio de iniciativas governamentais e a crescente demanda por experiências autênticas e sustentáveis, o etnoturismo está se firmando como uma peça-chave para o futuro do turismo no Brasil e no mundo.
O compromisso com a preservação cultural e a sustentabilidade ambiental será o alicerce para que essa modalidade continue a crescer, beneficiando tanto os viajantes quanto as comunidades envolvidas.
Esse movimento, liderado pelo Ministério do Turismo no Brasil, representa uma nova era no setor, onde o respeito pelas tradições e o meio ambiente caminham lado a lado com o desenvolvimento econômico e a preservação das riquezas imateriais.
Fonte:
https://www.gov.br/turismo/pt-br/assuntos/noticias/etnoturismo-ganha-forca-no-brasil-e-no-mundo-com-apoio-a-comunidades-e-foco-em-sustentabilidade
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