Quem chega a Brasília logo percebe que a cidade não é apenas famosa pela arquitetura modernista ou pelo cenário político nacional, mas também por seu dialeto peculiar.
As gírias de Brasília refletem a diversidade cultural da cidade, que reúne sotaques e expressões de brasileiros de todos os cantos do país.
Essa fusão criou um linguajar próprio, com gírias que os brasilienses adotaram ao longo dos anos e que são marcas registradas da capital.
Neste artigo, exploramos algumas das gírias mais populares de Brasília, destacando como essas expressões moldam a identidade local e ajudam a criar uma sensação de pertencimento.
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A Diversidade que Moldou Brasília
Brasília foi planejada para ser a capital do Brasil e, ao longo das décadas, atraiu pessoas de todos os estados. Esse encontro de culturas trouxe uma rica mistura de dialetos e formas de expressão.
Segundo especialistas como a professora Rosineide Magalhães, sociolinguista da Universidade de Brasília (UnB), o “dialeto brasiliense” é fruto de uma seleção natural de diversas influências linguísticas. “Temos uma variedade linguística que chamamos de dialeto brasiliense.
Ele nasceu da difusão de vários dialetos e foi ganhando uma forma própria”, comenta a professora.
Conheça 18 Gírias de Brasília
Confira abaixo algumas das principais gírias de Brasília que vão te fazer se sentir como um verdadeiro brasiliense:
1. Balão
Em Brasília, as rotatórias são chamadas de "balão". Isso ocorre porque o planejamento urbano da cidade deu origem a muitas rotatórias nas vias principais, essenciais para o tráfego.
2. Baú
Na capital, os ônibus são popularmente conhecidos como "baú" ou "busão". Essa é uma das gírias mais tradicionais e ainda muito usada pelos moradores.
3. Bloco
Brasília é uma cidade de muitos blocos. Aqui, "bloco" refere-se aos edifícios residenciais, e cada um tem sua numeração específica dentro das quadras.
4. Véi
Sem dúvida, "véi" é uma das gírias mais icônicas de Brasília. Usada de forma afetuosa, é similar ao "meu" de São Paulo e ao "bicho" do Rio Grande do Sul.
Por aqui, todo mundo é "véi", uma forma de criar intimidade nas conversas.
5. Pegar o beco
Quer dizer que você vai embora. “Peguei o beco” significa que a pessoa saiu rápido de algum lugar, ou seja, foi embora de forma repentina.
6. Zebrinha
O “zebrinha” é um ônibus de pequeno porte que faz trajetos pela Esplanada dos Ministérios, circulando pela L2 Norte e Sul.
7. Tô na ponte
Essa é clássica para quem mora no Lago Sul. A frase “tô na ponte” significa que a pessoa está a caminho, usando uma das pontes que ligam essa região ao Plano Piloto.
Muitas vezes, porém, pode ser apenas uma desculpa para justificar um atraso.
8. De rocha
Quando um brasiliense diz “de rocha”, ele está afirmando que algo é verdade. A expressão é usada para dar ênfase a uma afirmação ou compromisso.
9. Pardal
Os radares de velocidade, famosos em Brasília, são carinhosamente apelidados de “pardal”. É comum ouvir um motorista comentando que "passou por um pardal".
10. Lombra
"Lombra" é aquele estado de devaneio ou distração. Geralmente, é usado quando alguém está viajando nas ideias, desligado do que está acontecendo à sua volta.
11. Candango
Originalmente usado para os trabalhadores que ajudaram a construir Brasília, hoje se refere aos brasilienses de forma carinhosa. “Ele é candango, nascido e criado aqui.”
12. Estourar
Dar muito certo, ser um sucesso. “A festa ontem foi muito boa, estourou!”
13. Lombo
Usado para descrever algo muito bom ou que está funcionando bem. “Esse carro é lombo, anda muito!”
14. Sussa
Algo tranquilo, sem preocupações. “Não se preocupa, tá tudo sussa!”
Um Sotaque que Marca a Identidade
Além das gírias, o jeito de falar dos brasilienses tem suas particularidades. Ao contrário de regiões onde o “R” é carregado, em Brasília ele é suavizado.
O “S” também não é tão puxado como no Rio de Janeiro, e o sotaque é uma mistura de diversas influências, especialmente do Nordeste, do Sul e de Minas Gerais.
O resultado é um dialeto único, que reforça a identidade dos brasilienses, como explica o historiador Marcelo José Domingos: “Brasília é uma cidade diferente de todas as outras, mas é a sua forma de falar e nomear lugares que ajudam a criar essa identidade. O famoso ‘véi’, por exemplo, é um símbolo local”.
A Cultura Refletida na Linguagem
A cultura brasiliense também é representada em sua linguagem. Poetas como Nicolas Behr, que chegou à cidade em 1974, ajudam a eternizar essa cultura em suas obras.
Ele é um dos grandes nomes da literatura local, tendo publicado diversos livros que exploram a vida e a linguagem de Brasília, como o livro “Brasília-z Cidade Palavra”.
Com essas gírias em mente, você pode experimentar a autenticidade de Brasília em sua próxima visita. Aproveite para conversar com os moradores e se familiarizar com o linguajar que torna a capital única!
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