- Cinema indígena do Mato Grosso do Sul ganha força e visibilidade com apoio da Política Nacional Aldir Blanc
- Mapago: a força das mulheres Guató nas periferias urbanas
- Hendy’a Rapykwere: juventude, espiritualidade e luta LGBTQIAPN+
- A importância da Aldir Blanc para o cinema indígena
- Por que isso importa para quem viaja pelo Brasil?
Resumo:
- Dois novos curtas indígenas do MS ganham visibilidade graças à Política Nacional Aldir Blanc.
- “Mapago” e “Hendy’a Rapykwere” retratam o cotidiano urbano indígena, ancestralidade e juventudes LGBTQIAPN+.
- Produções reforçam o protagonismo indígena no audiovisual e ampliam narrativas sobre o Brasil real.
Cinema indígena do Mato Grosso do Sul ganha força e visibilidade com apoio da Política Nacional Aldir Blanc
A produção audiovisual indígena vive um dos momentos mais potentes da sua história — e parte dessa virada acontece no Mato Grosso do Sul.
Graças ao fortalecimento das políticas públicas de cultura, especialmente a Política Nacional Aldir Blanc, dois novos curtas-metragens estão em fase final de produção e prometem ampliar o olhar do Brasil sobre as narrativas originárias, suas realidades urbanas e suas juventudes LGBTQIAPN+.
Os filmes “Mapago” e “Hendy’a Rapykwere” não apenas apresentam novas histórias, mas reafirmam a presença indígena no cinema brasileiro, valorizando a representatividade e a autonomia criativa de quem vive, sente e narra essas vivências.
Para viajantes que exploram o Brasil em busca de cultura, diversidade e experiências autênticas, esse movimento marca um novo capítulo da arte indígena no país — e reforça a importância de apoiar iniciativas que ampliam vozes e preservam identidades.
Mapago: a força das mulheres Guató nas periferias urbanas
“Mapago”, que significa onça-pintada na língua Guató, é um curta que mergulha na rotina de mulheres indígenas que vivem na periferia de Campo Grande — a capital brasileira com maior população indígena.
Liderado pela produtora executiva e roteirista Gleycielli Nonato Guató e dirigido por Marcus Teles, o filme nasceu da necessidade de retratar a ancestralidade que segue viva mesmo longe dos territórios tradicionais:
“O indígena não é indígena apenas na mata. Não vamos folclorizar. Essa é a nossa realidade e ela precisa ser mostrada”, reforça Gleycielli.
O projeto, enraizado em histórias da própria família da autora, apresenta personagens que vivem o cotidiano urbano, conciliando diferentes expressões culturais — como a mãe evangélica e a filha funkeira — sem jamais perder o elo com a força de Mapago, que simboliza resistência e identidade.
A atriz e cantora Serena MC, Guató e artista periférica, leva sua própria vivência para o papel:
“É uma obra, mas também um alerta. Se não formos reconhecidos, o apagamento pode causar a nossa extinção.”
Financiamento: O filme recebeu R$ 100 mil por meio de edital estadual da Política Nacional Aldir Blanc — um recurso fundamental para garantir estrutura, equipe e autonomia criativa indígena.
Hendy’a Rapykwere: juventude, espiritualidade e luta LGBTQIAPN+
Com elenco 100% indígena, o curta “Hendy’a Rapykwere”, também dirigido por Marcus Teles, mistura ficção, documentário e realismo fantástico para acompanhar a trajetória de Gualoy KG, jovem liderança Guarani Kaiowá de 20 anos, referência na luta pela diversidade sexual e de gênero.
Produzido por Michele Kaiowá, o filme aborda espiritualidade, retomada identitária e os desafios da juventude LGBTQIAPN+ em territórios indígenas — narrados por quem vive essa realidade:
“Somente quem é da etnia vai apresentar essa verdade. A filmagem é nossa luta; a câmera é nosso arco e flecha”, explica Michele.
As gravações aconteceram em territórios de retomada em Douradina e na aldeia Jaguapiru, em Dourados, considerada a maior aldeia urbana do país.
Assim como “Mapago”, o curta recebeu R$ 100 mil da Política Nacional Aldir Blanc.

A importância da Aldir Blanc para o cinema indígena
A Política Nacional Aldir Blanc tem garantido, de forma contínua, o acesso de realizadores indígenas a editais e estruturas de produção antes quase inacessíveis.
A secretária do Audiovisual do MinC, Joelma Gonzaga, destaca o impacto direto:
“Quando esses filmes chegam ao público, ampliamos a visibilidade e a compreensão da potência criativa indígena. São narrativas que representam o Brasil real.”
Além disso, a política tem fortalecido aspectos técnicos, como equipamentos, formação e logística, conforme explica o assistente de som Luan Iturve, que atuou em ambas as produções:
“A Aldir Blanc garantiu estrutura técnica e também a narrativa do olhar indígena. É uma política pública que inclui produtores indígenas no audiovisual.”
Por que isso importa para quem viaja pelo Brasil?
Para viajantes interessados em cultura, identidade e diversidade, o cinema indígena:
- Amplia o entendimento sobre os territórios visitados, suas histórias e seus povos.
- Promove respeito e consciência cultural, fundamentais para um turismo responsável.
- Conecta visitantes às narrativas reais, além dos estereótipos tradicionais do turismo.
E com a BlaBlaCar — seja de ônibus ou caronas — é fácil explorar cidades como Campo Grande, Dourados e Coxim, que aparecem nas histórias desses filmes e oferecem experiências riquíssimas de cultura e ancestralidade.
Fonte: https://www.gov.br/cultura/pt-br/assuntos/noticias/cinema-indigena-do-mato-grosso-do-sul-ganha-visibilidade-com-a-politica-nacional-aldir-blanc
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