Carimbó: Um Guia Completo sobre o Ritmo e Dança Típicos do Pará

Carimbó: Um Guia Completo sobre o Ritmo e Dança Típicos do Pará

Índice de Conteúdo
  1. O que é o Carimbó?
  2. História e Evolução do Carimbó
  3. Características do Carimbó
    1. Instrumentos
    2. Dança e Vestimentas
  4. Variedades do Carimbó
    1. Carimbó Praieiro
    2. Carimbó Pastoril
    3. Carimbó Rural
    4. Carimbó Tradicional (Pau e Corda)
    5. Carimbó Moderno
  5. Principais Nomes e Grupos do Carimbó
  6. Carimbó e Turismo no Pará
  7. Por que o Carimbó é importante?

O Carimbó é uma das mais ricas manifestações culturais brasileiras, originária do estado do Pará.

Com raízes indígenas, africanas e europeias, o Carimbó combina música, dança e tradição, sendo declarado em 2014 como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo IPHAN.

Neste guia, vamos explorar a história, os elementos característicos, os instrumentos, a dança e como o Carimbó se tornou símbolo cultural do Pará.

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O que é o Carimbó?

O nome Carimbó vem do tupi korimbó, que significa “pau oco furado que produz som”. Ele faz referência ao instrumento principal do ritmo, o tambor curimbó, artesanalmente confeccionado a partir de troncos escavados e coberto com couro animal.

Originalmente, o Carimbó era uma celebração entre comunidades indígenas e caboclas, realizadas após pescarias ou colheitas.

Com o passar dos séculos, o ritmo se misturou às influências africanas e europeias, consolidando-se como um gênero musical e uma dança de roda marcante no nordeste do Pará.

História e Evolução do Carimbó

O Carimbó nasceu no século XVII, no então Império das Amazonas, território que hoje corresponde ao estado do Pará, em um contexto de interação cultural entre indígenas, africanos escravizados e, mais tarde, colonizadores europeus.

Durante os séculos XVIII e XIX, com a intensificação do tráfico de pessoas escravizadas para a região Norte, o Carimbó incorporou influências africanas, enriquecendo suas expressões rítmicas e coreográficas.

Entretanto, em uma sociedade escravocrata e profundamente hierarquizada, o gênero enfrentou repressão cultural.

Em Belém, capital do Pará, o Carimbó chegou a ser proibido no final do século XIX, sendo enquadrado como uma prática subversiva e marginalizada pela "boa sociedade".

Apesar da repressão, o Carimbó sobreviveu nas comunidades do interior, como as vilas de Marapanim, Curuçá e na Ilha de Marajó.

Essas localidades foram fundamentais para a preservação do estilo tradicional conhecido como "pau e corda", caracterizado pelo uso exclusivo de instrumentos acústicos como o tambor curimbó, banjo e maracas.

Foi somente nas décadas de 1960 e 1970 que o Carimbó ganhou maior visibilidade no cenário cultural paraense e brasileiro.

Esse período marcou o início de sua urbanização e modernização, quando artistas como Mestre Verequete, ícone do Carimbó tradicional, e Pinduca, precursor do Carimbó Moderno, popularizaram o ritmo.

Carimbó: Um Guia Completo sobre o Ritmo e Dança Típicos do Pará
Dança Carimbó / Fonte: Prefeitura de Santarém

O gênero começou a ser difundido nas rádios, bailes populares e discos de vinil, alcançando o público das capitais e até reconhecimento internacional.

Em 2014, após uma longa campanha de valorização cultural liderada por grupos tradicionais e pela sociedade civil, o Carimbó foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.

Esse título reafirma o papel do Carimbó como uma das expressões mais autênticas da cultura amazônica, celebrando a diversidade e a resistência cultural de seu povo.

Hoje, o Carimbó não apenas resiste, mas se renova continuamente, sendo celebrado em festivais como o Festival do Carimbó de Marapanim e nos dias comemorativos institucionais em Belém e no Pará.

Ele segue como uma manifestação cultural viva, representando a história, os costumes e a alegria do povo paraense.

Características do Carimbó

Instrumentos

O Carimbó é marcado por sua riqueza rítmica e melódica, usando instrumentos tradicionais como:

  • Curimbó: tambor artesanal que define o ritmo;
  • Maracas: para acompanhar a percussão;
  • Reco-reco: feito de bambu;
  • Banjo: instrumento de cordas que traz melodia;
  • Flauta transversal ou clarinete: em algumas variações modernas.

Dança e Vestimentas

A dança do Carimbó é realizada em pares e em círculos. A coreografia reflete a miscigenação cultural:

  • Influência indígena: movimentos que imitam animais como macacos e jacarés;
  • Influência africana: rebolado e batida intensa;
  • Influência europeia: pares girando em círculo.

As mulheres usam saias longas e rodadas, blusas leves e adornos de flores no cabelo. Já os homens vestem calças dobradas e camisas simples, representando a cultura ribeirinha. Ambos dançam descalços.

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Variedades do Carimbó

A diversidade cultural e geográfica do estado do Pará deu origem a diferentes variações do Carimbó, que refletem as particularidades das comunidades onde o ritmo se desenvolveu.

Cada estilo mantém elementos em comum, como a batida marcante do tambor curimbó, mas se diferencia pelo contexto em que é praticado e pelas histórias que suas letras narram.

O legal de ver as distintas variedades do Carimbó é que elas não apenas enriquecem a cultura paraense, mas também demonstram como esse gênero se adaptou e evoluiu ao longo dos séculos, preservando suas raízes enquanto dialoga com as mudanças culturais e sociais do Brasil.

Carimbó Praieiro

O Carimbó Praieiro é típico das regiões costeiras, especialmente nas praias do nordeste paraense.

Esse estilo está diretamente ligado ao cotidiano dos pescadores e ribeirinhos, celebrando a vida à beira-mar, as pescarias e as tradições ligadas ao oceano.

Suas letras frequentemente abordam temas como a pesca, os ventos e a beleza do litoral amazônico.

Carimbó Pastoril

O Carimbó Pastoril está associado às tradições religiosas do estado, sendo uma forma de louvação em festas e celebrações ligadas a santos padroeiros.

Esse estilo é comumente praticado em ocasiões como o Círio de Nazaré e as festividades de São Benedito, principalmente em dezembro, na cidade de Bragança.

As letras desse tipo de Carimbó têm caráter devocional, enquanto a música conserva o ritmo vibrante característico.

Carimbó Rural

O Carimbó Rural é praticado em áreas interioranas do Pará e reflete o cotidiano dos trabalhadores do campo.

Suas letras falam sobre a roça, a colheita e as paisagens da vida rural, transmitindo o espírito comunitário das celebrações realizadas após os trabalhos na lavoura.

Esse estilo mantém uma ligação profunda com a simplicidade e a alegria das populações que vivem longe das áreas urbanas.

Carimbó Tradicional (Pau e Corda)

O Carimbó Tradicional, também chamado de "pau e corda", preserva os elementos mais autênticos do gênero. Ele é executado com instrumentos acústicos, como o tambor curimbó, banjo, maracas e reco-reco.

A batida é marcada e uníssona, e os músicos frequentemente tocam sentados sobre os tambores. Essa vertente tradicional é um marco das comunidades do interior e das vilas, como Marapanim e Salvaterra.

Carimbó Moderno

O Carimbó Moderno surgiu a partir das décadas de 1960 e 1970, quando o ritmo começou a incorporar instrumentos elétricos, como guitarra e contrabaixo, além de sopros, como clarinete e flauta transversal.

Essa versão mais contemporânea ganhou popularidade nas capitais e bailes, muitas vezes misturando o Carimbó com outros estilos, como lambada e tecnobrega.

Pinduca, considerado o "Rei do Carimbó Moderno", foi um dos pioneiros dessa transformação, adaptando o gênero para o público urbano e para o mercado fonográfico.

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Principais Nomes e Grupos do Carimbó

  • Mestre Verequete: conhecido como o “Rei do Carimbó Pau e Corda”.
  • Pinduca: o "Rei do Carimbó Moderno".
  • Mestre Damasceno e o Conjunto Nativos Marajoara: grupo tradicional de Salvaterra, na Ilha de Marajó.
  • Outros grupos: Sereias do Mar (Marapanim), Tambores do Pacoval (Soure) e Os Quentes da Madrugada (Santarém Novo).

Carimbó e Turismo no Pará

O Carimbó é uma atração cultural imperdível no Pará, especialmente durante os festivais e celebrações. Alguns eventos importantes incluem:

  • Festival do Carimbó de Marapanim: realizado anualmente em novembro, atraindo milhares de visitantes.
  • Dia Municipal do Carimbó: comemorado em 26 de agosto em Belém, em homenagem ao Mestre Verequete.
  • Dia Estadual do Carimbó: celebrado em 3 de novembro.

Cidades como Salvaterra, Soure e Marapanim são destinos turísticos ideais para vivenciar o Carimbó em sua forma mais autêntica.

Por que o Carimbó é importante?

Mais do que música e dança, o Carimbó representa a identidade cultural do Pará. Ele conta histórias do cotidiano, celebra a diversidade brasileira e preserva tradições ancestrais.

A salvaguarda do Carimbó como patrimônio imaterial é um reconhecimento de sua relevância e uma forma de manter viva essa manifestação cultural única.

Se você planeja visitar o Pará, não deixe de vivenciar o Carimbó em apresentações locais ou festivais. Essa experiência é uma janela para a alma da cultura amazônica!

Com este guia, você está pronto para explorar a riqueza cultural do Carimbó e incorporá-lo em sua próxima viagem pelo Pará! 🌴✨

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Isabella Calvano

Isabella Calvano

Especialista em Marketing

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