- Conheça a Capital Nacional do Pé de Moleque em Minas 🍬🏞️
- Um doce que virou destino
- Festa, pertencimento e um “maior do mundo”
- Como chegar em Piranguinho MG
- Onde o doce encontra a memória
- Provar, comparar, levar: a liturgia do viajante doceiro
- Quando é a melhor época para ir à Piranguinho
- Pra levar do coração (e na mala)
- O que é o pé de moleque: história e origem
Resumo:
- Piranguinho (MG) é oficialmente a Capital Nacional do Pé de Moleque, com produção artesanal há mais de 80 anos e festa do Maior Pé de Moleque do Mundo.
- O doce é patrimônio imaterial de Minas (Lei 18.057/2009) e move economia, turismo e identidade local — das barracas na BR-459 à estátua-ícone na entrada da cidade.
- Dá para fazer bate e volta (Itajubá, Maria da Fé, Cristina) ou ficar um fim de semana: história ferroviária, praças, igrejas e gastronomia caipira com coxinha famosa e novas delícias de amendoim.
Conheça a Capital Nacional do Pé de Moleque em Minas 🍬🏞️
Piranguinho é daquelas cidades que você “sente” antes de ver a placa.
Chegando pela BR-459, a Mantiqueira abre o horizonte, o ar esfria um tantinho e, de repente, o cheiro de amendoim tostado com rapadura anuncia: você está na Capital Nacional do Pé de Moleque.
Aqui, o doce não é só sobremesa — é memória, trabalho e identidade, transmitidos de geração em geração há mais de 80 anos.

Um doce que virou destino
Em Minas, comida conta história. Em Piranguinho, o pé de moleque virou capítulo central — e oficial: o processo artesanal foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais (Lei 18.057/2009).
O título não caiu do céu: nasceu da perseverança de famílias doceiras, da criatividade de quem vendia nas janelas da antiga estação, dos meninos que embarcavam no trem gritando “ó o pé de moleque!”, e da coragem de transformar saberes em economia local.
Hoje, quem cruza a cidade encontra barracas coloridas na beira da rodovia, fábricas familiares, variações do clássico (com rapadura, com açúcar, com castanhas) e um orgulho que se materializa até na estátua do doce na entrada da cidade. É a prova de que turismo de sabor também move montanhas — e gente.
Festa, pertencimento e um “maior do mundo”
Se você associa festa junina a quentão e forró, aqui entra um protagonista diferente: o Maior Pé de Moleque do Mundo.
A celebração — que colocou Piranguinho no mapa de quem ama tradições — junta fogueira, sanfona, bandeirinhas e a receita gigante preparada coletivamente.
É turismo com cara de comunidade: produtores se unem, a praça vira palco e visitantes descobrem que o doce é só a porta de entrada para uma cultura inteira.
#BlaBlaDica programe-se para a temporada junina — a cidade fica viva, as barracas têm novidades e você garante lembrancinhas (leia-se: pacotes de pé de moleque para todos os amigos).

Como chegar em Piranguinho MG
De carro:
- SP/Vale do Paraíba: Via Dutra (BR-116) → Guaratinguetá → BR-459.
- BH/Sul de MG: Fernão Dias (BR-381) → Pouso Alegre → BR-459.
- RJ: Dutra → Aparecida/Guaratinguetá → BR-459.
De ônibus + carona: use a BlaBlaCar para combinar ônibus até Itajubá e completar com carona até Piranguinho; é prático e econômico.
Onde o doce encontra a memória
Piranguinho não se explica sem a ferrovia. A antiga Linha Sapucaí e a velha estação (com ares de museu a céu aberto) contam como o trem trouxe gente, insumos e oportunidades — e levou caixinhas de doce país afora.
Caminhar pelas praças e olhar a Ponte de Ferro ajuda a entender por que o pé de moleque deixou de ser apenas receita: virou símbolo da cidade.
E sim, tem outras delícias no caminho. A famosa Coxinha do Bar do Ricardo é parada “obrigatória” para equilibrar o açúcar com sal (e mais stories pro seu feed).
À noite, o Recanto do Ricardo liga o modo interior: forno quente, prosa fácil e mesa farta.
Provar, comparar, levar: a liturgia do viajante doceiro
Metade da graça está em degustar versões diferentes. Nas barracas da BR-459, peça um pedacinho do tradicional, depois experimente as variações com rapadura pura e castanhas.
Observe textura (brilho, crocância), ponto de caramelo e torragem do amendoim. Escolha os seus favoritos e leve caixas (dá para guardar fora da geladeira, em local fresco e seco).
#BlaBlaDica deixe as compras para a volta — o chocolate até pode sofrer com o calor, mas o pé de moleque é firme; ainda assim, evite deixar no sol dentro do carro.
Quando é a melhor época para ir à Piranguinho

- Junho e julho: clima de serra, festas juninas e produção a mil.
- Primavera: dias claros, estrada bonita e estoque nas barracas.
- Ano todo: quem cruza a BR-459 encontra doce fresco; só fique atento a feriados, quando o movimento cresce (chegue cedo!).
#BlaBlaDica leve sua sacola reutilizável, prefira copinhos retornáveis e descarte as embalagens corretamente. Turismo bom deixa gosto doce, não rastro.
Pra levar do coração (e na mala)
- Clássico pé de moleque (e suas variações).
- Rapadura, paçoca de pilão e docinhos de amendoim.
- Fotos na estátua do Pé de Moleque e na Ponte de Ferro (golden hour = garantia de like).

#BlaBlaDica confirme PIX e cartão — muitas barracas já aceitam, mas dinheiro agiliza as paradas na estrada.
O que é o pé de moleque: história e origem
Antes de provar o mais famoso do Brasil, vale entender de onde vem essa guloseima de nome curioso e sabor inconfundível.
O pé de moleque é um doce típico da culinária paulista, com raízes que remontam à Capitania de São Vicente, no século XVI, quando a cana-de-açúcar chegou ao Brasil.
A receita original mistura amendoim torrado e rapadura, ingredientes simples que traduzem a alma da cozinha caipira.
O resultado? Um doce crocante, dourado e com aquele sabor que é puro afeto — presença garantida nas festas juninas e nas lembranças de infância de muita gente.
A partir da década de 1930, o doce começou a ser produzido em maior escala no interior de Minas Gerais, e foi justamente nesse período que Piranguinho ganhou destaque, tornando-se o epicentro da produção artesanal e o lar da Festa do Maior Pé de Moleque do Mundo.
Com o tempo, o doce se espalhou por todo o país e até ganhou variações regionais, como o bolo de pé de moleque do Nordeste, feito com massa de mandioca fermentada, rapadura e castanha de caju — uma versão mais úmida, conhecida também como bolo preto.

Etimologia: de onde vem o nome “pé de moleque”?
Existem duas histórias principais para explicar o nome:
- A primeira diz que o termo vem do calçamento de pedras irregulares, comum em cidades históricas como Paraty e Ouro Preto, conhecido como “pé-de-moleque” por causa da aparência semelhante ao doce.
- A segunda, mais popular, remete às quituteiras de rua, que vendiam o doce e pediam aos meninos que, em vez de roubar, “pedissem, moleque!”. Daí o nome que ficou na boca (e no coração) do povo.
Um doce com parentes pelo mundo
A receita tem uma longa viagem até chegar ao Brasil. Na Alta Idade Média, os árabes levaram para a Europa uma mistura de mel e nozes que, com o tempo, deu origem a doces semelhantes em vários países:
- o nougat francês,
- o turrón espanhol,
- o torrone italiano,
- o cubbàita siciliano,
- e o chikki indiano (levado para o Oriente pelos portugueses).
O Brasil adaptou a tradição com ingredientes locais — amendoim e rapadura — e criou sua própria versão tropical e irresistível. Uma das primeiras receitas registradas está no livro “Doceiro Nacional”, que já trazia duas variações: uma feita com açúcar e outra com rapadura.
Hoje, o pé de moleque é patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais, e Piranguinho é seu ponto mais doce no mapa — onde tradição, memória e sabor se encontram.
Se o caminho te levar pela Mantiqueira, siga o nariz: ele sabe o trajeto até a Capital Nacional do Pé de Moleque. 😋
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