O afroturismo é mais do que uma tendência crescente no Brasil: é uma jornada de reconexão com a ancestralidade, de valorização das contribuições afrodescendentes e de promoção da igualdade racial.
Com a maior população negra fora da África, o Brasil possui uma riqueza cultural que merece ser explorada por meio de experiências afrocentradas.
Confira os principais destinos e roteiros que destacam a história, cultura e resiliência do povo negro.
O que é afroturismo?
O afroturismo é uma vertente do turismo cultural focada na valorização da história, cultura e religião afro-brasileiras.
Ele não se limita a viagens de lazer, mas também envolve a conexão com a identidade negra, destacando as contribuições dessa população na formação da sociedade brasileira.
Esses roteiros incluem visitas a comunidades quilombolas, tours históricos e a participação de profissionais negros na gestão das atividades turísticas.
7 Destinos afrocentrados no Brasil
1. Salvador, BA
Considerada o coração da cultura afro-brasileira, Salvador é um destino essencial para quem busca vivenciar o afroturismo e explorar a rica história da influência africana no Brasil.
A cidade é vibrante, cheia de cores, ritmos e tradições que revelam suas raízes profundas.
O que fazer em Salvador:
- Pelourinho: Passeie pelo centro histórico, com suas ruas de paralelepípedos, casarões coloniais coloridos e espaços que preservam a memória da resistência negra e da cultura afro-brasileira.
- Caminhada Salvador Negra: Participe de um tour guiado que percorre os principais pontos de importância cultural para a comunidade negra, incluindo locais emblemáticos que ajudam a preservar a memória e as tradições africanas.
- Museu Afro-Brasileiro: Explore um acervo com mais de 1.100 peças que contam a história da herança africana no Brasil. Destaque para as esculturas de madeira de Carybé, que retratam os orixás.
- Candomblé: Mergulhe nas religiões de matriz africana ao participar de rituais ou visitar terreiros históricos. Essa é uma oportunidade única para compreender a espiritualidade e a tradição do candomblé.
Além disso, Salvador é repleta de atrações como suas praias urbanas, o icônico Elevador Lacerda e os mercados de artesanato, que oferecem uma conexão completa com a cultura local.
2. São Luís, MA
São Luís, conhecida como a "capital nacional do reggae", combina uma rica herança histórica com a vivacidade e resistência da cultura negra.
A cidade, com seus casarões coloniais e ruas cheias de vida, oferece uma experiência autêntica para quem busca se aprofundar no afroturismo.
O que fazer em São Luís:
- Quilombo Urbano da Liberdade: Explore o maior quilombo urbano da América Latina, um local vibrante que celebra a ancestralidade e a cultura afro-brasileira, com eventos, culinária e manifestações culturais.
- Museu Cafuá das Mercês: Visite este espaço dedicado à memória negra, que conta a história dos africanos escravizados no Maranhão e suas contribuições culturais à sociedade brasileira.
- Cidade de Alcântara: Faça um passeio até as comunidades quilombolas históricas da região, conhecendo histórias de resistência e tradições que permanecem vivas até hoje.
Além disso, aproveite para mergulhar na atmosfera única do reggae maranhense, conhecido como "reggae de raiz", e explore o centro histórico de São Luís, Patrimônio Mundial da UNESCO.
3. Maceió, AL
Maceió é um destino rico em cultura e história, com o afroturismo destacando a luta e o legado da comunidade negra em Alagoas, especialmente a resistência do Quilombo dos Palmares.
O que fazer em Maceió:
- Parque Memorial Quilombo dos Palmares: Localizado na Serra da Barriga, é um espaço que celebra Zumbi dos Palmares e o espírito de resistência quilombola. Uma visita proporciona imersão histórica e cultural nesse marco da liberdade.
- Andança Negra por Maceió: Um tour guiado por locais emblemáticos da cidade, apresentando a influência da cultura afro-brasileira em monumentos, histórias e tradições locais.
4. Moju, PA
No coração do Pará, Moju se destaca como um destino de afroturismo que promove a valorização das raízes afro-brasileiras por meio do turismo quilombola.
O que fazer em Moju:
- Quilombo África/Laranjituba: Vivencie experiências autênticas em comunidades quilombolas, onde as tradições, a gastronomia típica e as manifestações culturais celebram a história e os costumes afro-brasileiros.
5. Porto Alegre, RS
Porto Alegre, no sul do Brasil, guarda marcos importantes da história e da resistência negra, revelando a força e a resiliência da população afrodescendente na região.
O que fazer em Porto Alegre:
- Museu do Percurso Negro: Um itinerário a céu aberto pelo Centro Histórico de Porto Alegre, resgatando a trajetória e as contribuições da população negra para a cidade.
- Mercado Público: Além de ser um centro gastronômico e cultural, abriga a obra "Bará do Mercado", que homenageia as religiões afro-brasileiras, destacando a conexão entre cultura e espiritualidade.
6. Alto Paraíso, GO
No coração do Cerrado, Alto Paraíso oferece uma imersão na cultura quilombola, com destaque para as práticas artesanais e as histórias que conectam as comunidades tradicionais ao Brasil profundo.
O que fazer em Alto Paraíso:
- Café da manhã com prosa: Comece o dia com uma experiência única, degustando produtos típicos enquanto aprende sobre as histórias e tradições da comunidade Quilombola do Moinho.
- Confecção de bonecas quilombolas: Participe de oficinas de artesanato, onde mestres artesãos locais demonstram as técnicas ancestrais para confeccionar as tradicionais bonecas quilombolas, uma verdadeira expressão da cultura e resistência negra no Cerrado.
7. Rio de Janeiro, RJ
O Rio de Janeiro, berço de tantas manifestações culturais, tem na Pequena África um dos seus maiores legados da diáspora africana.
É um destino essencial para quem deseja vivenciar a história e a resistência negra no Brasil.
O que fazer no Rio de Janeiro:
- Zona Portuária: Caminhe pela Zona Portuária, onde milhares de africanos foram desembarcados como escravizados, um dos marcos mais importantes da história da diáspora africana no Brasil.
- Praça Onze e Estácio: Conheça a Praça Onze, considerada o berço do samba e palco das primeiras manifestações culturais negras no Rio. Ao lado, o bairro Estácio mantém viva a tradição musical e a história do povo negro carioca.
- Santa Teresa e Pedra do Sal: Visite Santa Teresa e a Pedra do Sal, locais emblemáticos de resistência cultural e de grande importância para a preservação da memória da cultura negra no Rio de Janeiro, incluindo o samba, o candomblé e outras expressões culturais afro-brasileiras.
A importância do afroturismo
O afroturismo vai além de uma simples celebração cultural: é uma poderosa ferramenta de transformação social.
Ele reconta a história do Brasil sob a perspectiva do povo negro, resgatando narrativas muitas vezes silenciadas.
Ao mesmo tempo, fortalece a economia local ao valorizar comunidades e empreendedores negros, além de combater o apagamento cultural.
Mais do que isso, o afroturismo promove representatividade, inspira orgulho nas raízes afrodescendentes e oferece uma rica oportunidade de aprendizado para turistas de todas as origens, fomentando empatia, respeito e diversidade.
Iniciativas e políticas públicas
- Programa Rotas Negras: Projeto do governo federal para promover comunidades afrodescendentes e a cultura afro-brasileira.
- Mapeamento do Turismo Afrocentrado: O Ministério do Turismo está reunindo dados para estruturar políticas públicas voltadas ao afroturismo.
Seja para aprender, reconectar-se ou celebrar a história, o afroturismo é uma experiência enriquecedora para qualquer viajante.
É uma maneira de rever estereótipos, proteger tradições e fortalecer a luta por igualdade e respeito. Planeje sua próxima viagem e mergulhe na riqueza do Brasil negro!
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Fonte:
https://www.gov.br/turismo/pt-br/assuntos/noticias/conhecendo-e-se-conectando-com-o-brasil-negro-destinos-imperdiveis-para-o-afroturismo
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